Instituto de Saúde e Psicologia Animal – 05 mar 2020
O termo “coronavírus” não se refere a uma única doença, mas a toda uma família. Nos seres humanos, os coronavírus, geralmente, causam sintomas respiratórios leves – do tipo que você associaria ao resfriado comum. Mas, há os que provocam quadros mais graves. O atual surto de coronavírus envolve uma nova cepa, COVID-19. Mas isso significa que o cão da família pode adoecer e difundir a doença?
Entenda melhor na leitura a seguir!
O que dizem os estudiosos?
Kristen Bernard, professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Wisconsin, afirma que, “atualmente, não há evidências de que os cães possam ser infectados com o novo coronavírus”. Ela acrescenta que os primeiros estudos sobre o COVID-19 identificaram uma sequência do genoma que se assemelha aos coronavírus encontrados em animais selvagens e não em cães domesticados.
Há risco de transmissão entre tutores e animais de estimação?
Além disso, surtos anteriores oferecem poucas evidências de que cães e tutores possam transmitir coronavírus um ao outro. Não há evidências, neste momento, de que seu cão possa pegar esse coronavírus específico, mas ele pode se infectar com outras cepas de coronavírus. O coronavírus canino (CCV), intimamente relacionado ao coronavírus entérico felino (PIF), é altamente comum e altamente contagioso.
Embora os coronavírus humanos sejam caracterizados por sintomas respiratórios, o CCV geralmente resulta em diarréia e vômito. Os cães são mais propensos a contrair isso através da exposição a fezes infectadas. Condições insalubres e situações de alto estresse podem tornar cães e filhotes adultos mais suscetíveis ao CCV.
Em geral, cães adultos saudáveis se recuperam do CCV espontaneamente em poucos dias. Muitos não apresentam sintomas. Para os filhotes, por outro lado, as infecções por CCV costumam causar sérias preocupações. O coronavírus canino é tratável.
Formas de prevenção em humanos e animais
O Centro de Controle de Doenças (CDC) dos EUA e a Organização Mundial da Saúde aconselharam os donos de cães a tomarem as mesmas precauções que já estão tomando para evitar que fiquem doentes. É sempre uma boa ideia lavar bem as mãos depois de manusear um animal e evitar tocar sua boca, olhos e nariz antes de fazê-lo. Manter os brinquedos e as tigelas do seu cão limpos também evita que eles contraiam doenças infecciosas. Em uma situação ainda não bem conhecida como essa, é especialmente crucial identificar fontes confiáveis e consultá-las periodicamente.
Dra. Ceres Berger Faraco
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Graduada em medicina veterinária, é mestre e doutora em Psicologia, especialista em Toxicologia e professora do Instituto de Saúde e Psicologia Animal (INSPA). Em clínica, trata de distúrbios comportamentais de cães e gatos, proporcionando melhor qualidade de vida. Ceres é ainda presidente da Associação Latino-Americana de Zoo-Psiquiatria (AVLZ) e vice-presidente da Associação Médico Veterinária Brasileira de Bem-Estar Animal (AMVEBBEA). Além de palestrar no Brasil e no Exterior, atua no Instituto Psicologia Animal.
Dra. Viviane Guyoti
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Graduada em Biologia e em Medicina Veterinária, é mestre em Ciências Veterinárias. Sua experiência curricular conta com passagem por Cornell University, nos Estados Unidos, e residência médica em Patologia Clínica Veterinária na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente, é docente no curso de Medicina Veterinária da Universidade Anhembi Morumbi, nas áreas de Medicina Complementar ao Diagnóstico e Práticas Veterinárias. Já foi docente e coordenadora geral do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter) e lecionou as disciplinas de Clínica de Pequenos Animais, Bem-estar Animal, Etologia, Semiologia e Primeiros Socorros em Pequenos Animais.