Aos sete anos de idade, gatos e cães de pequeno e médio porte já são considerados idosos. Para as raças gigantes, os sinais da velhice chegam mais cedo, a partir dos cinco anos de vida. Assim como ocorre com a saúde dos humanos na terceira idade, cães e gatos idosos necessitam de cuidados especiais, pois seus órgãos não funcionam com a mesmaeficiência da juventude. Nessa fase de vida, as visitas ao veterinário devem ser mais constantes, principalmente para a realização de exame preventivos.
Os check-ups devem ser feitos em qualquer idade, porém a frequência com o passar do tempo se altera, tal como acontece com os humanos. O envelhecimento das pessoas exige um aumento de cuidados com a saúde e o mesmo deve ser feito com os pets. Dessa forma, conseguimos descobrir doenças crônicas precocemente e tratar a tempo.
A regularidade depende da predisposição racial ou da existência de alguma doença, mas em caso de animais saudáveis, o recomendado é pelo menos a cada seis meses.
Cuidados com a nutrição, com o funcionamento do coração, do sistema hepático e renal devem ser encarados como uma necessidade neste período da vida do animal.Os nossos velhinhos com o passar dos anos vão adquirindo necessidades diferentes, seus órgãos vão envelhecendo e suas funções podem ficar deficientes. Por exemplo, muitos animais possuem problemas de coluna ou articulares, que doem mais no inverno. Assim toda e qualquer mudança no comportamento ou mesmo na rotina deve ser comunicada ao veterinário que acompanha o animal. Só assim ele será capaz de orientar quanto ao manejo ou até mesmo ao tratamento de problemas crônicos.
Embora benéficos para a saúde em qualquer idade, os exercícios devem sofrer alterações, principalmente em casos de animais com problemas ortopédicos. Cães com problemas ósseos, articulares e cardíacos devem ter sua condição avaliada e sua disposição também. O cão não deve ser forçado ou exposto ao excesso, precisa ter os passeios e exercícios adequadas à sua condição. O passeio é bom para o corpo, mas também para a mente do cão, ele se distrai, observa o entorno, cheira o chão, isso tudo o estimula e mantém seu cérebro atuante.
Quantos às mudanças na rotina devido à idade avançada, as alterações precisam ser feitas com o devido cuidado e relacionadas a algum possível tratamento, sempre buscando o bem-estar do animal. Cães são animais que gostam de sua rotina e mudanças bruscas em geral causam estresse. Quando descobrimos algum problema que exige alteração no manejo, é interessante fazer gradativamente para que o fator estresse seja reduzido.
Além dos exames e da rotina de exercícios, a alimentação é outro fator que merece atenção em cães idosos. É importante evitar principalmente fontes excessivas de gordura e proteína. Troque os petiscos industrializados por frutas e nunca ofereça doces. Lembre sempre que cada indivíduo é único e como tal deve ser acompanhado, ou seja, existem dietas, tratamentos e manejo específicos para cada animal.
Devemos buscar o envelhecimento saudável do nosso cão ou gato. Isso é mais uma prova de amor e cuidado. E jamais deixe de cuidar de seu animal até o final da vida dele, em todas as situações. O desprezo, a indiferença à dor, a falta de cuidados e, mais ainda, o abandono que vitima muitos cães e gatos idosos é uma tremenda crueldade, e ainda pode configurar maus-tratos, o que, perante a legislação, é crime.
Médica veterinária graduada pela Universidade Paulista. Atuou como Professora da Universidade Metropolitana de Santos por 4 anos (Doenças Parasitárias e Epidemiologia). Foi Diretora Clínica da Rede Encrenquinha’s de Pet Shops e responsável pelo canil de reprodução da empresa, onde exercia manejo obstétrico, ginecológico, neonatal e pediátrico de um plantel de mais de 300 animais (matrizes e padreadores). É Diretora Clínica do CetacVET (Centro de Ensino e Treinamento em Anatomia e Cirurgia Veterinária) e coordenadora dos cursos de Clínica Médica, Auxiliar Veterinário e Primeiros Socorros.