Instituto de Saúde e Psicologia Animal – 26 nov 2018
Pode parecer estranho, mas nem todos os cães abanam o rabinho e ficam felizes quando ouvem a clássica frase: vamos passear! O medo da coleira ou da guia pode aparecer desde cedo, especialmente se o cão é apresentado aos acessórios em ocasiões e circunstâncias estressantes, como as idas ao veterinário para as vacinas, por exemplo.
Quando os primeiros contatos com a coleira acontecem sob experiências negativas, o cão pode crescer com uma associação negativa em relação aos passeios. Por isso, é importante que tutores saibam introduzir o uso da coleira de uma forma gentil e amorosa, estabelecendo para o animal uma referência boa, de brincadeira e diversão. Acompanhe a leitura do artigo que preparamos e tenha ótimos passeios com seu companheiro.
Como iniciar o uso da coleira?
O ideal é acostumar o cão ao uso do acessório desde pequeno, antes dos quatro meses de idade e fazer simulações de passeios dentro de casa, no quintal ou apartamento. Ao oferecer experiências positivas para o cão desde o início do uso, será mais fácil fazer com que ele encare a coleira na hora do passeio de verdade.
Como dissemos, o segredo do sucesso é associar a coleira com coisas boas. Mostre o acessório para o seu cão e deixe-o cheirar. Com um petisco, distraia o peludo e coloque a coleira delicadamente em seu pescoço. Depois, continue distraindo-o e levando a atenção dele para um brinquedo por alguns minutos. O objetivo é fazer com que ele se acostume com a coleira e não se incomode com ela em seu corpo.
Hora da guia
Depois de acostumado com a coleira, comece a adaptar o cão ao uso da guia: acostumá-lo com a guia: nunca puxe seu cão e force-o a andar no seu ritmo. Uma dica é distraí-lo oferecendo petiscos e fazer passeios curtos pela casa ou quintal com a guia mais frouxa. Você só deve sair para passear na rua depois que ele estiver confortável e tranquilo com o uso da guia em casa.
Quando forem, finalmente, para os passeios na rua, comece por trajetos curtos, em locais calmos e em horários de pouco movimento. Você pode ir aumentando o percurso e o tempo gradativamente, mas não se esqueça da importância de associar o passeio com boas experiências.
Dicas e cuidados iniciais para passeios
- Escolha um horário de trânsito menos intenso para evitar barulho de motores e buzinas.
- O começo da manhã e o fim da tarde são períodos em que o sol não está tão forte e seu filhote não sentirá o desconforto do calor.
- Comece com passeios curtos e cuide para não caminhar rápido demais, pois os filhotes se cansam com mais facilidade. Lembre-se de que ele está aprendendo!
- Assim, procure também evitar multidões. Seu filhote pode ficar assustado ao ter que passar por muita gente.
Dra. Ceres Berger Faraco
www.psicologiaanimal.com.br
Graduada em medicina veterinária, é mestre e doutora em Psicologia e especialista em Toxicologia. É coordenadora e professora do Curso de Especialização em Comportamento Animal da Unifeob (SP); e professora do Instituto de Saúde e Psicologia Animal (INSPA). Em clínica, trata de distúrbios comportamentais de cães e gatos, proporcionando melhor qualidade de vida. Ceres é ainda presidente da Associação Latino-Americana de Zoo-Psiquiatria (AVLZ) e vice-presidente da Associação Médico Veterinária Brasileira de Bem-Estar Animal (AMVEBBEA). Além de palestrar no Brasil e no Exterior, atua no Instituto Psicologia Animal.
Dra. Viviane Guyoti
www.psicologiaanimal.com.br
Graduada em Biologia e em Medicina Veterinária, é mestre em Ciências Veterinárias. Sua experiência curricular conta com passagem por Cornell University, nos Estados Unidos, e residência médica em Patologia Clínica Veterinária na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atualmente, é docente no curso de Medicina Veterinária da Universidade Anhembi Morumbi, nas áreas de Medicina Complementar ao Diagnóstico e Práticas Veterinárias. Já foi docente e coordenadora geral do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter) e lecionou as disciplinas de Clínica de Pequenos Animais, Bem-estar Animal, Etologia, Semiologia e Primeiros Socorros em Pequenos Animais.
Dra. Bruna Bons
www.psicologiaanimal.com.br
Graduada em Medicina Veterinária e especialista em Comportamento Animal, é Mestranda em Reprodução Animal (FMVZ-USP) e atua como docente da Faculdade Método de São Paulo (Famesp). Realiza atendimentos clínicos relacionados ao comportamento de cães e gatos de forma autônoma e na rede Petz.